quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Mesmo que eu não queira...



Mesmo que eu não queira...

Eu não queria me enroscar em outros braços
nem me apertar em mais abraços
que não fossem os seus.
Eu não queria cheirar um outro cheiro,
chupar um outro beijo
na língua de outro alguém.
Eu não queria passar os meus carinhos
em outros pêlos que não fossem
aqueles que amaciam o seu peito.
Eu não queria mergulhar a minha mão
dentro de outra roupa
até descobrir o sexo estranho
de outro alguém.
Eu não queria gozar um outro gozo
que não me fosse causado
pelo seu prazer,
nem lamber uma outra vida
que não fosse a sua.
Eu não queria ter no meu caminho
outras palavras de amor,
nem outro esperma mais gostoso
do que o seu
escorrendo no meu rosto,
pelo canto da boca,
alcançando o pescoço...
Eu não queria, mas você quer
e, se não for hoje, nem amanhã,
a qualquer hora
de um dia qualquer,
eu vou esquecer você
por completo...
Eu não queria...
mas você quer


Sílvia Mota

2 comentários:

Preludios do Infinito Particular disse...

Poema sensual e glamuroso! Meu carinhosos agradecimento por sua presença com palavras expressivas e bem colocadas. Fino trato. Minha gratidão. Lou Moonrise.

O Internauta do Amor disse...

esse negócio de CHEIRO
é algo que me fascina...
não há outro,nem igual,
só em teu corpo de menina!
...
desculpe!
é que não deu pra resistir
diante de versos tão bonitos
e tão adultos!