domingo, 7 de agosto de 2011

Pena desalmada




Pena desalmada
 

Escrevo... Sabe lá quem me procura,
Se é da boca o lugar con-sentimento!
Como tu, sendo um eu, qual a figura
Deu guarida à linguagem-pensamento? 


Escrevo com a pena, um pensar.
Um andar, se risonho, assim me guia.
A angústia, como  trono num altar,
Trouxe a mim esse alguém que me seguia.


De súbito, aparece, extenuada,
Descerrando, na noite irreverente
A sombra acarinhando a luarada.


Alma que és minha, o és, por nada,
Emissária da letra incongruente,
Por render-te a uma pena desalmada.



Eliane Triska